Reflexão natalina: O Advento e Presépio

por Leonardo De Laquila
Presépio da Paróquia São Vicente de Paulo montado pelo MJD em São Paulo.

Presépio da Paróquia São Vicente de Paulo montado pelo MJD em São Paulo.

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O Advento (do latim Adventus: “chegada”, do verbo Advenire: “chegar a”) é o primeiro tempo do Ano litúrgico, no qual antecede o Natal. Para os cristãos, é um tempo de preparação e alegria, de expectativa, onde os fiéis, esperando o Nascimento de Jesus Cristo, vivem o arrependimento e promovem a fraternidade e a Paz. No calendário religioso este tempo corresponde às quatro semanas que antecedem o Natal.

Para melhor vivenciarmos esse período, a Igreja propõe que aprofundemos no mistério do “Deus que se fez carne e habitou entre nós” Jo 1:1 e para isso, nada melhor do que o presépio para nos ajudar nessa reflexão.

O primeiro presépio teria sido montado em argila por São Francisco de Assis em 1223. Nesse ano, em vez de festejar a noite de Natal na Igreja, como era seu hábito, o Santo celebrou-o na floresta de Greccio, para onde mandou transportar uma manjedoura, um boi e um burro, para melhor explicar o Natal às pessoas comuns, camponeses que não conseguiam entender a história do nascimento de Jesus. Com o tempo o costume se espalhou, mas sem perder sua função original de ser uma ferramenta de catequese e reflexão.

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Presépio da Paróquia São Vicente de Paulo montado pelo MJD em São Paulo.

Presépio da Paróquia São Vicente de Paulo montado pelo MJD em São Paulo.

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A reflexão proposta para o Natal

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Quando estamos esperando um ente amado e este demora a chegar, amos a sentir um desconforto, uma ansiedade que nos vai tomando a medida que o tempo a e que o encontro chega. Esse é um dos sentimentos que deve ser cultivado e vivido no Advento. A mesma expectativa da espera da pessoa amada deve ser sentida pela chegada do Deus Homem – Jesus Cristo, ponto central da fé Cristã.

A simplicidade nos leva a lembrar que Deus se fez Homem na História Humana e não em um “conto de fadas”. Ele assumiu todos os problemas da condição Humana e, ao vivenciar esses problemas no seu limite (ou fome, foi desprezado e injustiçado, se sentiu abandonado, lutou contra um sistema opressor de sua época…) “cresceu em sabedoria, estatura e graça” Lc 2:52, até ser reconhecido como O Filho de Deus.

“Deus se fez Homem e habitou entre nós” e ainda podemos continuar experimentando de sua presença pelo menos de duas formas. Como Batizados, somos parte do Corpo de Cristo e na comunhão desfrutamos da presença física do Cristo e em contra partida, por consumirmos desse corpo místico, nos tornamos “ferramentas” de Deus na História da Salvação da Humanidade.

Não podemos olhar o nascimento de Deus como algo externo a nossa vida, mas temos que nos ver agentes participantes da missão de Cristo. Também fazemos parte desse presépio quando deixamos esse Deus, Jesus Cristo, nascer no nosso coração e levamos o amor inspirado por Ele aos nossos irmãos.

A vida Cristã é uma vida participativa! E essa participação a pela descoberta de que somos fragmento de um todo e que por isso, nos completamos a medida que cooperamos uns para com os outros. Isso é Reino de Deus.

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