por Giovanna Araújo (Dijó)*
“Muita religião, seu moço! Eu cá, não perco ocasião de religião. Aproveito de todas. Bebo água de todo rio… Uma só, para mim é pouca, talvez não me chegue.” ROSA, José Guimarães. Grande Sertão: veredas.
Queridos irmãos e irmãs, hoje estamos dando inicio a mais uma Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC). É uma felicidade muito grande para o Movimento Juvenil Dominicano do Brasil, colaborar, rezar e estar juntos nessa semana que tanto nos agrega e nos faz mais próximos do Cristo.
Por meio da SOUC, conseguimos enxergar o quanto o ecumenismo se faz necessário em nossa vivência cristã. Se não estamos abertos para compreender a essência do “ser ecumênico/a”, não estamos preparados também para viver a tão sonhada unidade que o próprio Cristo nos propõe.
O ecumenismo é um processo intenso onde conseguimos enxergar que não precisamos ser da mesma denominação cristã ou da mesma religião, para nos respeitar e nos unir em prol de um projeto maior. Inicialmente os movimentos ecumênicos eram compostos somente por pessoas cristãs de denominações e tradições diferentes, hoje já existe uma inserção de outras religiões que possuem uma sensibilidade e um chamado para o diálogo inter-religioso.
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) é consequência do diálogo entre as igrejas Católica Apostólica Romana, Evangélica de Confissão Luterana, Episcopal Anglicana e Metodista, e é referência do ecumenismo no Brasil. O CONIC é muito atuante na luta por direitos humanos e justiça social, sendo que há sempre muito zelo e compromisso em levar o evangelho em todas as causas em que se insere.
O evangelho nos convida a sermos um, tal como o pai e o filho são. O papa Francisco vê o ecumenismo como um dom do céu que todos nós possuímos, segundo ele, o que falta é deixarmos esse dom aflorar em nós. Ele alerta também que não devemos enxergar as diferenças como algo negativo: “As diferentes tradições teológicas, litúrgicas, espirituais e canônicas que se desenvolveram no mundo cristão, quando permanecem enraizadas de modo autêntico na tradição apostólica, são uma riqueza e não uma ameaça para a unidade da Igreja”.
Nesse sentido o proselitismo religioso só nos atrasa e em nada nos agrega, já que para sermos pessoas ecumênicas não precisamos negar a nossa fé, muito pelo contrário, conseguimos reafirmar a nossa crença e nos tornar pessoas melhores por meio das experiências com nossos irmãos de denominações e religiões diferentes.
Na perspectiva de ecumenismo, somos convidados a nos unir em orações para alcançarmos a plenitude. Que a SOUC 2018 nos traga bons frutos, assim como as demais edições nos trouxe. Saravá, Amém, Salaam Aleikum!
* Promotora de Missão e Caridade do Movimento Juvenil Dominicano do Brasil