Oração e vida contemplativa de São Domingos

SemanaDomingos2019-POST3-04

Leitor 1: São Domingos teve uma existência muito ativa, de muitas viagens e muitos contatos com as pessoas, de incansáveis andanças apostólicas pelas regiões do sul da França e pela Europa toda.  O ‘carisma’, o projeto de vida que ele vivenciou e transmitiu aos seus seguidores é essencialmente apostólico: tudo em função da missão, tudo para a pregação! Mas ao mesmo tempo ele foi um grande contemplativo, homem de oração e de comunhão profunda com Deus. Santo Tomás de Aquino sintetiza o projeto de vida de São Domingos e dos membros da Família Dominicana no binômio ‘contemplação e ação’: contemplação na ação e para a ação. As testemunhas das fontes dominicana, de maneira especial daqueles que conheceram e conviveram com Domingos, são unânimes em relatar isso. 

Leitor 2: 106. Com muita frequência costumava pernoitar nas igrejas, tanto que nunca ou raramente parecia ter tido um leito para repousar. Rezava assim durante a noite e perseverava vigiando, na medida em que conseguia exigir da fraqueza do corpo. E quando, afinal, acumulando-se o cansaço e afrouxando o espírito, a necessidade de sono gritava mais alto, encostando a cabeça no altar ou em outro lugar qualquer, ou sobre uma pedra, como o patriarca Jacó (Gen. 28,11), descansava um pouquinho e logo recuperava a força do espírito e o fervor da oração.                                                                    (Fonte: B. Jordão,  Libellus, n. 106)

Leitor 3: Nesse próximo trecho somos convidados a rezar o Rosário pedindo a graça para que Deus abençoe os grupos do movimento de seu país e do mundo. Tome na memória as pessoas que tanto fizeram e fazem pela obra do Senhor. 

Olhando a relação que S. Domingos tinha com Deus, observe a própria vida refletindo os pontos frágeis e fortes de sua relação com Deus e com o próximo.


Preparado por: Frei Mariano Foralosso e Leonardo De Laquila

Itinerância apostólica de São Domingos

São Domingos foi um incansável caminhador. A partir da primeira viagem para a Dinamarca, sua vida apostólica foi um contínuo andar nas regiões do sul da França e na Europa toda.  Naquela época não tinha carros, nem trens ou aviões. Os ricos viajavam de cavalo e carroça. Os pobres andavam a pé. Também Domingos andava sempre a pé. Muitas vezes caminhava descalço, para praticar e testemunhar a pobreza evangélica. O estilo humilde e despojado com que se apresentava nos povoados e nas cidades, já era uma pregação. Vivia pedindo esmola e se hospedava onde encontrasse acolhida.  Esse estilo de itinerância lhe permitia, entre outro, de encontrar as pessoas mais de perto, dialogando com elas, partilhando suas dores e suas alegrias, pregando-lhes a Palavra de Deus nas casas, nas igrejas e nas praças. Como Cristo, podia assim se fazer próximo e solidário com os irmãos que encontrava no seu caminho. As longas andanças pelos caminhos, no meio da natureza lhe proporcionavam também tempos longos de silêncio, de oração, de união com Deus.  Os relatos das Fontes dominicanas são muito ricos de informações sobre São Domingos ‘andarilho’ do Evangelho. 

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Oração e silêncio nas viagens

E era este o seu entretenimento quando viajava: ocupar todo o tempo em orações e meditações, exceto quando rezava o Ofício divino ou conversava de alguma coisa útil com os seus companheiros, o que costumava fazer sempre, e exortava os seus companheiros a fazerem o mesmo. Caminhava frequentemente separado dos frades. E nas viagens cantava frequentemente o hino Iesus, nostra redemptio (Jesus nossa redenção), ou a antífona Salve Regina. Tendo a sua alma sempre absorta em meditações e o seu coração inundado em mares de doçura, enganava-se muitas vezes no caminho e perdia de vista os frades. No entanto, nunca ninguém o viu perturbado por ter perdido o caminho, nem culpava disso os seus companheiros. Pelo contrário, vendo-os perturbados por andarem ansiosamente à sua procura, confortava-os dizendo: Não vos preocupeis, por todas as partes pode-se chegar ao céu! 

(Fonte: Vitae Fratrum, parte II, cap. VII)

Hoje vamos refletir sobre o meu compromisso com a missão que Deus me deu.

– Como está minha relação com Deus?
– Minha relação com Ele reflete em uma melhor relação com o próximo?
– Como está o meu apostolado?

 

Participe da Semana de São Domingos de Gusmão nos canais do MJD Brasil

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Aproximamo-nos da festa comemorativa do Santo de Caleruega, o pregoeiro da verdade, Domingos de Gusmão. Por essa razão, o Movimento Juvenil Dominicano preparou uma série de publicações para apresentar um pouco da vida desse ilustre personagem.

São Domingos, homem de personalidade discreta e impactante, mantém-se atual por sua postura agregadora, discreta e visionária. Sentou-se a mesa para dialogar com aquele de pensamento oposto ao seu, desceu do cavalo para estar mais próximo do povo, saiu da zona de conforto, mesmo no medo, seguiu em frente, pois tinha clareza do projeto de Deus e sabia que Ele não o deixaria só.

Ser firme com aquilo que nos é confortável é simples, porém, Domingos não se contentava em falar do Amor de Deus para os que já eram de Deus. Ele queria muito mais, e por isso se arriscava para trazer às pessoas a uma vida mais plena. Sua grande sensibilidade era fruto da intimidade cultivada junto à Aquele com quem conversava tal como um amigo fala com o outro, de forma que, como nos contam os relatos do Beato Frei Jordão, “sempre estava ou falando de Deus para os Homens ou dos Homens para Deus”.

A exemplo de Domingos também queremos ser fogo abrasador e transformador da realidade, dessa forma, somos convidados a nos deixar inspirar pela vida desse Santo.

Acompanhe e participe da Série ”Nos os de São Domingos de Gusmão através do Blog, facebook e instagram do MJD Brasil.


Texto: Leonardo De Laquila, assessor nacional do MJD Brasil.